O nascer e o pôr do sol

A cada dia que nasce, uma nova esperança brota dentro de nós, uma nova crença em algo novo, em algo que ainda vamos realizar. A cada dia que nasce, acendemos as faíscas do recomeçar, da nova chance, do fazer de novo, do fazer mais belo. Eu gosto muito do amanhecer, de ver o sol surgindo por detrás das gotas de orvalho que a noite não se deu o trabalho de recolher e o sol não teve tempo de fazer evaporar. O amanhecer é belo, esplêndido; é aquele momento de paz e calmaria em que ouvimos nossos pensamentos, em que temos a chance de dispersar as mágoas e sentimentos ruins e dar lugar ao que é bonito; é quando temos a chance de escolher entre fazer as próximas horas de sol serem boas ou ruins. É o momento da escolha, da decisão.

O nascer do sol me evoca um turbilhão de sentimentos. As cidades acordando, as luzes se apagando e as conversas dando início em cada parada de ônibus, em cada estação de trem. É o movimento ganhando as ruas, pernas acelerando rumo a um destino. As primeiras horas do dia são de contemplação, de saber que só pode ser Deus nesse horizonte, observando quem lhe observa de mansinho, imaginando a grandeza desse amor que faz tremeluzir um brilho tão sereno e bonito.

O dia passa, realizamos as nossas obrigações;
as horas correm,
e quando vemos já é meio dia,
e quando vemos já é entardecer.

O fim do dia, o sol que desce e começa a se esconder é quando nos sentimos cansados; cansados de tentar ser melhores, de querer ser felizes, de alcançar sempre alguma coisa, que às vezes está longe, às vezes está logo ali, batendo à porta. Sempre estamos em busca de algo. O entardecer é quando as nossas esperanças guardam-se em caixas da memória, reservando energias e novas doses de fé para um novo dia. O processo é sempre o mesmo; nós é que mudamos, nós é que desejamos ser sempre e cada vez melhores. A cada novo amanhecer.

Uma linda semana pra vocês.