Se você já pegou nas mãos um livro diagramado pela Editora Biruta, já sabe como vou começar essa resenha. Se ainda não, não tem problema, porque eu explico: se prepare para um livro de encher os olhos, em papel de alta qualidade, com arte de bom gosto e, pra completar, o mais importante: uma leitura deliciosa, diferente, e que vai encantar você. Imaginou? Então vamos começar a resenha de 2083.

2083
- Autoria:
- Vicente Muñoz Puelles
- Editora:
- Biruta
- Ano de lançamento:
- 2010
- Páginas (nº):
- 140
No ano de 2083 não existem mais livros. Você vai pensar: ok, existiriam os e-books. Não, o que eu quero dizer é que não existem mais livros físicos, nem e-books. A realidade apresentada em 2083 é muito diferente, e nela as pessoas perderam, gradualmente, o hábito de ler. Além disso, celulares são completamente diferentes, animais de estimação são robotizados e as aulas são assistidas de casa. Tudo neste mundo futuro é muito cinza, tecnológico e frio. Mas não para David.
O personagem conhece o que são os livros pela explicação do seu pai, que trabalha em uma agência de viagens. Mas não é bem como o menino imaginou, afinal, essas viagens não são como a gente conhece hoje: são viagens através dos livros. Embora os livros e histórias tenham sumido até o ano de 2083, a empresa Bibliotravel ainda conserva a sua magia por meio de viagens que os usuários podem fazer para dentro das histórias. É algo realmente fantástico, pois a pessoa que contrata o serviço pode entrar de verdade dentro de histórias clássicas e mudá-las, de acordo com a sua vontade, ou vivenciá-las como elas sempre foram contadas.

“Porém, o importante não eram os livros em si, mas sim o que eles transmitiam. Quando alguns eram abertos, parecia que se ouvia a voz de seus autores, mortos talvez há milhares de anos. Às vezes, eles eram tão emocionantes que era preciso parar de ler e levantar a cabeça, para poder pensar o que havia sido lido ou descansar por um momento.”
O interesse de David pelos livros começou quando ele descobriu um exemplar raro escrito pelo seu bisavô, e ele quer muito ler a história. A partir de então, o garoto corre atrás de um exemplar físico e, depois de ler um, ele quer cada vez mais. Nós, leitores de 2083, ficamos instantaneamente apaixonados pelo personagem, pois vemos nele e na sua fome por leitura uma parte de nós mesmos, que estamos sempre atrás de novas histórias.


A leitura é muito diferente de tudo o que já li e, assim como eu pensei, eu mergulhei na história e no mundo futurístico de 2083 e não queria mais sair. Em alguns capítulos, entramos junto com David em histórias clássicas como A Odisséia, Dom Quixote e clássicos da literatura espanhola.
A escrita de Vicente Muñoz Puelles é muito boa de ler, e a diagramação da editora fez todo esse mundo de códigos computadorizados ser mais real para o leitor. No início de cada capítulo há um QR Code para ser lido com o uso de um smartphone. Mais do que uma leitura de entretenimento, 2083 é realmente um livro para ser apreciado e questionado: apesar de toda a tecnologia existente, será que um dia os livros realmente irão sumir da face da Terra? Acho que sempre haverá pessoas que lembrarão deles e os manterão vivos. *-* O que você acha?
Natália Camila Rocha
Oi Gabi, apesar de nunca ter lido nenhum livro desse autor, esse parece ser muito bom.
Adorei sua resenha e fiquei com muita vontade de ler 2083 🙂
Gabi Orlandin
Que bom que gostou, Natália! É um livro bem diferente, pelo menos isso posso garantir! 🙂
Divana
Oi Gabi!
Eu não sei se eu teria não coragem, mas motivação pra viver em 2083 sem aquele livro físico, que você pega, sente de verdade… Embora a premissa da história não seja tão ruim também: entrar na história e participar como coadjuvante junto com os personagens principais…
Imagina você viver a história de Game of Thrones (Guerra dos Tronos)? Hahaha
E sim, acho que sempre haverá alguém pra lembrar dos livros, mesmo que eles sejam raros de se ver.
Abraços!!!
Gabi Orlandin
É mesmo, Di! Eu não conseguiria viver sem pegar um livro físico, mas a ideia de entrar e vivenciar a história é muito tentadora. Eu queria viver em Harry Potter! Hahaha!
Abraços.
Babi Lorentz
Sou tão apaixonada nesse livro! Achei incrível a ideia do autor e fiquei me imaginando utilizando a Bibliotravel pra ir pra dentro dos mais diversos livros. Fiquei mesmo pensando em como eu me sairia em Hogwarts, hahaha.
Acredito que os livros jamais morrerão e que, mesmo com toda a tecnologia, os livros de papel ainda vão prosperar por bastante tempo. Bom, pelo menos assim espero…
Beijos!
Gabi Orlandin
Hogwarts seria a minha primeira opção de viagem, Babi! Haha! Também penso (e espero) que os livros de papel ainda vão durar por muitos anos ainda. Acho que no meio de tanta discussão entre e-book x livro físico, os dois vão acabar convivendo lado a lado <3
Beijos.