Resenhas de livros

Organização e produtividade

Papelaria

Maria da Graça Rodrigues – Helena de Uruguaiana

Já falei aqui no blog sobre o último livro publicado (até então) da autora gaúcha Maria da Graça Rodrigues, chamado Paraíso Selvagem. Hoje, tenho a honra de falar sobre o seu livro de estreia, Helena de Uruguaiana, que recém ganhou uma nova edição na editora Movimento, casa editorial que publicou os outros romances da autora uruguaianense.

Helena de Uruguaiana

Autoria:
Maria da Graça Rodrigues

Editora:
Movimento

Ano de lançamento:
2015

Páginas (nº):
120
O Leonel sempre foi minha paixão. Desde a primeira vez que o vi, na chácara da vovó Celeste, onde eu passava as férias de verão depois da morte da mamãe e do papai. Era um guerreiro charrua, igual ao que aparecia no meu livro ilustrado História do Rio Grande do Sul. Desceu de uma enorme caminhonete moderna, último tipo, com a mãe dele, a prima Constança. Todos correram para cumprimentá-lo. Era guerreiro e era príncipe. Não tive dúvidas.

Também da cidade de Uruguaiana é a nossa protagonista Helena, desse romance que lhes apresento hoje. Em 120 páginas, este livro narra a vida da moça que, desde cedo, apaixonou-se por seu primo, Leonel, e tenta chamar-lhe atenção para conquistar o seu maior sonho e mais ambicioso desejo: casar-se com ele. Porém, o destino coloca no caminho dessa moça diversos obstáculos, e ela se vê com a vida virada de cabeça pra baixo quando as coisas mais inesperadas acontecem em sua vida. A narrativa é escrita em primeira pessoa, pela vista da própria Helena, menina sedutora, que conheceu a arte do amor desde muito jovem e que usou várias artimanhas – não todas corretas – para conquistar o que desejava, ou seja, o amor de Leonel.

A história começa em dias recentes, quando a Helena relembra a sua vida e o que a fez chegar até onde está hoje. Os capítulos são um longos, mas em nada cansativos, pois a narrativa é muito rápida de ler – e eu garanto: quando você começa, não consegue parar de querer saber mais sobre a tão falada (muitas vezes não tão bem) Helena. Além disso, esses capítulos também são intercalados entre os tempos, de modo que vamos juntando as partes do quebra-cabeça pra entender a vida toda da menina até virar mulher. Para quem imagina que isso seria confuso, pode estar certo até um ponto: no início, me perdi um pouco, mas depois a história começa a fazer sentido.

Helena de Uruguaiana fala sobre a vida no Rio Grande do Sul, costumes e tradições que, mesmo depois de tempos, ainda podem ser vistos no pessoal daqui. Para os que vivem nessa região, ler este livro é como resgatar as suas origens, conhecer um pouco mais sobre as tradições arraigadas de gente dessa terra; para os que são de outros lugares do Brasil, esta leitura é uma fonte de conhecimento sobre o Sul.

Apesar de se passar no Rio Grande do Sul – mais especificamente em Uruguaiana, cidade que faz divisa com o Uruguai, a história explora o mundo e vai para Paris. A vida da protagonista a leva para a cidade luz da França e o leitor viaja junto com os sonhos, a beleza e as aventuras dessa mulher que, certamente, ficará na memória por um bom tempo; Helena tem uma personalidade forte, que passa longe dos clichês atuais e, acima de tudo, é uma mulher incrivelmente real – com todas as suas qualidades, defeitos, erros e acertos. Nem todas as suas atitudes são dignas ou certas, mas ela segue os sonhos que considera corretos. Assim como todas nós.

Comente este post!