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John Green – Quem é você, Alasca?

Já fazia um bom tempo que eu queria ler o primeiro romance de John Green, intitulado Quem é você, Alasca?, mas nunca encontrava uma brecha na enorme lista de leitura – quem se identifica? Porém, quando soube que a Intrínseca publicaria uma edição comemorativa de 10 anos, com cenas extras, detalhes do processo de edição e respostas de John às perguntas dos fãs, eu simplesmente soube: chegou a hora de ler esse livro.

Quem é você, Alasca?

Autoria:
John Green

Editora:
Intrínseca

Ano de lançamento:
2015

Páginas (nº):
336
Miles Halter estava em busca de um Grande Talvez. Alasca Young queria descobrir como sair do labirinto. Suas vidas colidiram na Escola Culver Creek, e nada nunca mais foi o mesmo. Miles Halter levava uma vidinha sem graça e sem muitas emoções (ou amizades) na Flórida. Ele tinha um gosto peculiar: memorizar as últimas palavras de grandes personalidades da história. Uma dessas personalidades, François Rabelais, um poeta do século XV, disse no leito de morte que ia “em busca de um Grande Talvez”. Para não ter que esperar a morte para encontrar seu Grande Talvez, Miles decide fazer as malas e partir. Ele vai para a Escola Culver Creek, um internato no ensolarado Alabama. Lá, ele conhece Alasca Young. Ela tem em seu livro preferido, O general em seu labirinto, de Gabriel García Márquez, a pergunta para a qual busca incessantemente uma resposta: “Como vou sair desse labirinto?” Inteligente, engraçada, louca e incrivelmente sexy, Alasca vai arrastar Miles para seu labirinto e catapultá-lo sem misericórdia na direção do Grande Talvez. Miles se apaixona por Alasca, mesmo sem entendê-la, mesmo tentando sem sucesso decifrar o enigma de seus olhos verde-esmeralda.

Tudo começa quando Miles resolve sair de casa em busca do seu Grande Talvez em um colégio interno do Alabama. Ele, fã das últimas palavras das pessoas, usou a última frase de François Rabelais para justificar a sua partida: “Vou em busca de um Grande Talvez”. Na busca desse sentido, conheceu primeiramente seu colega de quarto, Chip, mais conhecido como Coronel (e foi dele que ganhou o apelido “Bujão”. Não por ser grande ou gordo, muito pelo contrário). Depois, veio ela, Alasca, a garota mais linda que ele já tinha visto. Depois conheceu Takumi, completando o quarteto.

Alasca era temperamental, já tinham avisado Bujão disso. Porém, ele não poderia não se apaixonar por ela, da forma mais pura como todos os personagens de John Green se apaixonam em seus romances. Alasca, a garota que guardava mistérios, segredos e tinha medo de se revelar; a garota que explodia sem motivos ou que, de uma hora pra outra, não queria mais responder perguntas, fechando-se em um casulo. Todos achavam que conheciam Alasca. Bujão achava que ela era sua amiga, mas na verdade, quem era Alasca? Alguém, de fato, conseguia entende-la?

Se as pessoas fossem chuva, eu seria uma garoa e ela, um furacão.

A vida dentro da Culver Creek era, por si só, uma grande aventura. Somente fugir dos olhos do Águia, que estava sempre em busca de alunos que desrespeitavam as normas (como não fumar ou não beber), já era uma tarefa e tanto. John Green sabe transcrever como ninguém os sentimentos dos adolescentes, e neste livro não foi diferente. Jovens querem se divertir, beber, fumar e transgredir todas as regras possíveis, pois eles são invencíveis (adultos: não discordem disso!). Neste livro, temos de tudo um pouco, além dos trotes de escola, coisa em que Alasca era craque. Seus truques sempre davam certo e eram os melhores.

Quem é você, Alasca?

O livro é narrado em tempos, separado por dois grandes: o ANTES e o DEPOIS. É um acontecimento divisor de águas, e os dias vão diminuindo ou aumentando de acordo com a distância dele. Ao invés de títulos de capítulos comuns, o autor utilizou a contagem, o que, pra mim, foi incrível, totalizando 136 dias antes e 136 dias depois. É claro que não posso contar qual é esse acontecimento, mas garanto que a leitura fica muito melhor depois dele. Não dá pra contar muito sobre o livro, pois ele é, em todo, uma surpresa atrás da outra.

E, talvez o mais incrível de perceber neste livro é a escrita do autor, que vem desde o primeiro livro com as tiradas cômicas, irônicas e incrivelmente reais. John escreve personagens verossímeis, como se fosse qualquer pessoa que conhecemos, e por isso o leitor se apaixona tanto pela história. Quem é que não tem uma amiga meio temperamental, que hora está rindo e outra está chorando? Acho que é bem comum encontrar. Como eu já li A culpa é das estrelas, O teorema Katherine e Cidades de Papel, pude perceber que o estilo do autor, a leitura fácil, as situações únicas, as metáforas e as lições de vida vêm desde o começo de sua trajetória. Ah, e as meninas eternas de seus romances. Sempre tem uma garota incrível, e dessa vez a cena é de Alasca.

Quem é você, Alasca?

E, pra fechar com chave de ouro, temos perguntas e respostas dos fãs ao John Green, cenas cortadas e como foi o processo de edição do livro, que passou por inúmeras revisões. É a cereja do bolo, como dizem, para encerrar essa edição maravilhosa de dez anos feita pela Intrínseca. Pra mim, nada tira o brilho e magnitude dessa obra, que merece ser lida, seja uma leitura crítica ou de entretenimento. Simplesmente merece, porque é John Green. Precisa de mais?

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  • Maira

    Gabi 😉 foi muita correria mesmo hahah mas foi muito bom no final 🙂 e o vestido quando a gente pensa no que gostamos sempre vai sair lindo haha que corajosa você, comprar na Internet, eu tenho um pouco de receio disso hahah

    Eu to louca pra ler esse livro, ja li os outros três do jonh green e aquele deixe a neve cair, eu fiquei empolgada porque parece que quem vai fazer a alasca vai ser a kaya scodero e eu adoro ela, acho que vai ser minha próxima leitura haha adorei a sua resenha.

    Beijinhos

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    • Gabi Orlandin

      Eu comprei bem adiantado, Maira, e tinha tempo de comprar outro se não servisse, hehe!
      COMO eu não sabia que esse livro se tornaria filme? Sério! COMO? :O :O :O

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  • Luana C.

    Eu não li ainda esse livro, mas todo mundo diz que é muito bom! Espero que eu não me arrependa como em Cidades de Papel e Teorema Katherine. [ugh] Essa edição ficou linda, pena que ainda não vi nas livrarias pra pegar e olhar os detalhes </3

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    • Gabi Orlandin

      Oi, Luana!
      Não é um dos meus preferidos do autor, mas o que mais gosto nele são os finais imprevisíveis. Nunca é como a gente espera. Admito que adoraria que ele tivesse sido um pouco diferente até, mas é justamente essa contradição que mais gosto no John Green! Faz sentido? haha!
      Beijos.

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  • Nayandra Ramos

    Esse é meu livro favorito do John Green ♥
    Eu amo como a história dele é envolvente. Tenho certeza de que todo adolescente/jovem gostaria de saber como é estudar em um colégio interno, um lugar novo, com pessoas novas. Tenho certeza também que toda garota gostaria de ser um pouco Alasca.
    Eu achei o final do livro chocante e a forma diferente como ele se passa, com a data de trás para frente, como 500 Days of Summer.
    Adorei a sua resenha ♥

    Último Biscoito | http://www.ultimobiscoito.com

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    • Gabi Orlandin

      Oi, Nayandra!
      E isso é uma das coisas mais legais do John, né? Entender os jovens, saber cativá-los. Poucos autores que eu conheço conseguem fazer isso tão bem, pelo que me recordo. Que bom que gostou da resenha, fico feliz! (Afinal, foi bem difícil escrever sobre o livro, hehe).
      Beijos.

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  • Divana

    Oi Gabi!
    Eu quero muito ler Quem é você, Alasca? . Do John Green só li A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel (que eu amei, inclusive).
    Muitas pessoas falaram muito bem desse romance, inclusive você agora, mas ainda não tive a oportunidade. O que me chamou mais a atenção pra esse livro recentemente foi essa nova edição. Ela está muito, mas muito linda mesmo.
    Abraços!

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    • Gabi Orlandin

      Oi, Di!
      Eu li opiniões bem divididas sobre esse livro, e admito que até preferiria que fosse um pouco diferente às vezes, mas isso é o que mais gosto nos livros do John Green: eles não são clichê, o autor nos surpreende e nos faz engolir um final que não é o que esperávamos. Espero que você possa ler logo. Se lembrar, depois me diz o que achou! 😉
      Beijos.

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  • Dany

    Eu li o livro e gostei muito.
    Também achei interessante a divisão.
    Mas, senti falta do final feliz!
    E você?

    bjOO

    Blog Breshopping da Dany
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    Instagram: @breshopping_da_dany
    Twitter: @brechodanylins

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    • Gabi Orlandin

      Oi, Dany!
      Eu sou uma apaixonada por finais felizes, então é claro que preferiria um final feliz. Porém, esses finais imprevisíveis e inesperados são o que mais gosto no John Green, sabe? Fico imaginando um final diferente e… percebo que não teria tanta graça. Não vou falar mais pra não soltar algum spoiler, hehe!
      Beijos.

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      • Dany

        É verdade! Esse parece ser o estilo Green de ser.
        Em A culpa é das estrelas, mesmo com vários acontecimentos tristes, fiquei esperando o final feliz que não veio. rsrs…
        Mas, ainda assim, gostei dos dois livros!

        bjO

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  • Beatriz Cavalcante

    Acabei não gostando tanto de Alasca mas como sempre John green veio com um questionamento muito legal e junto com ele muitas frases inspiradoras. Acho que gostei mais das frases de efeito e da questão do labirinto do que dos personagens, haha. Mas mesmo não gostando tanto desse livro eu queria essa edição comemorativa. <3

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    • Gabi Orlandin

      O que mais gostei nesse livro foram os questionamentos também, Bia. A Alasca irrita às vezes, mas acho que todos os personagens do John são assim, nada perfeitos. E isso é que é a mágica da história.
      Beijo.

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